Eliana Amaral

Professora Eliana Amaral: intensa e ativa como requer a posição

Médica obstetra, Eliana Martorano Amaral é mãe da Mari.

Com perfil de mulher forte e curiosa, Eliana tem uma trajetória que se caracteriza pelo desbravamento de novas áreas de atuação e por ser uma “aprendedora crítica e reflexiva”, como ela diz. Começou na área de infecções por transmissão sexual quando poucos ginecologistas trabalhavam com esse assunto, tornando-se uma das primeiras obstetras no Brasil a cuidar de gestantes infectadas pelo vírus HIV. Temas pouco explorados são sempre muito atraentes para a professora e médica, que ainda hoje faz plantão na Obstetrícia do CAISM (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), da Unicamp.

Professora titular de Obstetrícia pela Unicamp, fez mestrado (1992) e doutorado (1996) em Tocoginecologia e livre-docência (2006) pela Unicamp. Eliana tem pós-doutorado na London School of Hygiene and Tropical Medicine (2002), em pesquisa aplicada à saúde sexual e reprodutiva, com o tema da morbidade materna.

Especializou-se também na pesquisa em ensino médico pela Foundation for Advancement of Medical Education and Research (FAIMER), na Filadélfia (2003/2004), programa do qual é hoje facilitadora internacional.
Com sua múltipla formação,

Eliana atua na área de Medicina, com ênfase em infecções congênitas, saúde sexual e reprodutiva incluindo DST-HIV/Aids, assistência à gestação e parto, gestão de serviços, educação superior e educação para médicos e demais profissionais da saúde. É revisora para diversos periódicos e palestrante convidada para eventos nacionais e internacionais nas diversas áreas temáticas de atuação científica, incluindo HIV-AIDS e DST, infecções na mulher, saúde reprodutiva, qualidade de assistência obstétrica e ensino na saúde.

Campineira, Eliana tem três irmãs. Teve uma infância e adolescência marcadas por sua dedicação ao balé, ginástica e atletismo. Gostava de ir a jogos de basquete com seu pai, que era político (já falecido). Lembra de um jogador que era veterinário. Quando foram buscá-lo para irem a um jogo em Franca, viu de perto a atividade. “Decidi que queria trabalhar com aquilo: reprodução. Depois descobri a obstetrícia. Eu achava o nascimento uma coisa bonita, divina. Tornei-me médica porque queria ser obstetra”, lembra Eliana. Não havia médicos na família na época, mas hoje, além de Eliana, outros já se formaram em Medicina entre as novas gerações.

Também gostava de acompanhar sua mãe, que mora em Campinas, quando ela foi secretária municipal de Assistência Social. Participava de inaugurações de creches, escolas e postos de saúde. Desde muito cedo teve vivência nas atividades sociais, junto à população.

Multitarefa

Ter mais de uma frente de trabalho é o corriqueiro em sua vida. Além da carreira médica e de pesquisa acadêmica, Eliana assumiu ao longo de sua vida profissional inúmeras atividades de ensino e de gestão, dentro e fora da universidade. Foi membro do Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo (2017/2020), reconduzida para 2020/2023. Foi co-diretora do Programa de Desenvolvimento Docente Faimer Brasil, uma iniciativa com apoio da Organização Panamericana da Saúde e da FAIMER-Philadelphia. Na preparação para essa atuação, fez a especialização em pesquisa para ensino médico da FAIMER em 2003-4 e o programa Executive Leadership for Academic Medicine da Drexel University-Philadelphia, para mulheres-líderes, em 2014/2015, sendo a primeira professora de uma universidade estrangeira a participar.

A professora também atua em outras organizações importantes no Brasil e no mundo. É membro do Comitê de Pesquisa do Departamento de Saúde Reprodutiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), membro do Comitê Assessor em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) do Ministério da Saúde e membro da Comissão de Pré-Natal da Federação das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e foi consultora do Programa da Mulher da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e do município de Campinas.

O currículo da professora, pesquisadora e gestora é extenso. Coordenou a Comissão de Avaliação Profissional da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia, de 2008 a 2012, e participou da Comissão de Normatização de Títulos de Especialista da Associação Médica Brasileira em 2010. Sua atividade na reforma curricular do ensino médico da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp foi intensa e é reconhecida como uma especialista em carreira docente e avaliação para a área da saúde. Também foi presidente da Comissão de Corpo Docente da FCM-Unicamp, além de membro da Comissão Interna de Desenvolvimento Docente da Unicamp de julho/2013 a abril/2017 e chefe do Departamento de Tocoginecologia da Unicamp de dezembro/2015 a abril/2017.

Em toda a sua carreira, trabalhou com programas de saúde e política pública. É, portanto, ativa nas Câmaras dos Ministérios nestas áreas. Este perfil foi sendo construído quando ainda era estudante. Quando o médico Sebastião Moraes, então Secretário de Saúde de Campinas, implantou a rede pública de saúde da cidade de Campinas e depois Itu, ainda como aluna de Medicina, já participava de atividades voluntárias nas campanhas de vacinação.

Trabalho conjunto

Eliana foi diretora da Divisão de Apoio Técnico em 2001 e da Divisão de Obstetrícia do Caism-Unicamp de 2003 a 2011, e assessora da Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp de 2011 a 2013. Na atual gestão, assumiu a pró-reitoria de Graduação, período em que se relacionou com profissionais de diversas áreas do conhecimento. “Eu aposto sempre no trabalho colaborativo. Não consigo fazer as coisas de maneira que não seja participativa. Emerge um grande poder de transformação quando existe o envolvimento das pessoas. Como médica, isso é muito importante no tratamento e é preciso ter esta sensibilidade. Sou cuidadora, por natureza. As pessoas podem sempre esperar de mim o diálogo.”

Atuando tanto na Medicina quanto na Educação, no Brasil e no exterior, a professora não abre mão da proximidade com sua atividade de base. “Se você tira o pé da sua origem, você pode se isolar ou se desatualizar. Neste momento de pandemia de Covid-19, me sensibilizou muito o sofrimento dos meus colegas mais jovens com receio de se infectarem ou de infectarem suas famílias, junto com o sentimento do dever de cuidar. Sinto que tenho o compromisso de estar junto com eles.”

Vice-reitora
O estilo proativo, a experiência e a capacitação dão à professora as competências necessárias para exercer a função de vice-reitora. “Eu senti que estava disponível e pronta para a candidatura. Recebi muitos incentivos para assumir mais esse desafio e sei que que posso contribuir com a experiência e o conhecimento da Universidade adquirido de tantos anos na Unicamp, intensificado desde 2017. Eu acredito que o grande recurso da universidade são as pessoas. Nós queremos trabalhar por um bom ambiente, onde as pessoas se sintam acolhidas e estimuladas. Sempre valorizei isso, e continuo acreditando no poder transformador de um bom clima organizacional numa instituição desta complexidade. Temos muitos desafios para enfrentar na Unicamp dos próximos quatro anos, que exigirão determinação e criatividade. A comunidade precisará se manter unida e comprometida com a nossa missão de formar profissionais de excelência, que sejam exemplos como cidadãos.”

Curriculum Lattes

http://lattes.cnpq.br/1127610095283597

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