Saiba quais os principais temas em debate nos encontros com DGA, FCA, FEF e FE

Ao longo desta semana, conversamos com dez grupos de unidades diferentes da Universidade, inclusive na terça-feira, feriado em Campinas. Ouvimos e respondemos a muitas perguntas, falamos de nossas propostas e, como tem ocorrido nos últimos meses, aprendemos e conhecemos ainda mais sobre a Universidade, trazendo para nossas discussões de elaboração do programa todas as observações que nos foram apresentadas. Temos procurado compartilhar um pouco de cada reunião. Reunimos aqui os destaques dos encontros com a DGA (Diretoria Geral de Administração), a FCA (Faculdade de Ciências Aplicadas de Limeira), a FEF (Faculdade de Educação Física) e a FE (Faculdade de Educação).

DGA

Na quarta-feira (9/12), em nossa reunião com gerentes da DGA, falamos por exemplo sobre informatização, unificação, contas e planejamento. Há um consenso sobre a importância da DGA para o funcionamento da Universidade e o cumprimento dos objetivos-fim. Todos reconhecemos a DGA como uma atividade essencial na Unicamp e não meramente uma célula burocrática, como nos foi bem lembrado na ocasião. A DGA, portanto, precisa trabalhar mais próxima da reitoria.

Reunião na DGA nesta quarta-feira (9/12)

Também conversamos sobre os atuais sistemas informatizados, que não atendem às necessidades atuais e precisam se modernizar. Outra pauta em discussão foi a área de compras. Uma das sugestões foi a unificação das atividades de compras na área da Saúde, que poderia se tornar um piloto para outras áreas, a partir da criação de “centros compartilhados temáticos”. O grupo vê como urgente a implantação de uma política de planejamento de compras em toda a Universidade. “O maior problema hoje é o prazo, em grande parte devido à falta de planejamento”, comentou-se. A DGA tem hoje 230 funcionários, dentre os quais 50 são da área de compras. A estratégia dos centros temáticos também se aplicaria para questões como reposição de funcionários e minimização de contratações Paepe, sugeriu o grupo.

Para o professor Sergio Salles, não existem soluções prontas, mas existem muitas ideias interessantes que serão aprofundadas e estudadas, para que se avalie os impactos e a implementação. “No primeiro dia de gestão iniciaremos uma revisão de processos, começando pelas unidades, pois é nelas que todas as coisas começam.”

FCA

Também na quarta-feira (9/12), conversamos com funcionários da FCA. A atuação do professor Sergio Salles como diretor pró-tempore em 2010 foi lembrada durante a reunião, período em que ele contribuiu para o término da infraestrutura, a criação da identidade dos cursos e a institucionalização da FCA como unidade da Unicamp.

Em resposta a uma das perguntas, Sergio destacou três prioridades:

– avançar de maneira mais equânime e com excelência nas três missões da Unicamp: ensino, pesquisa e extensão;

– melhorar a comunicação e a integração com a sociedade, levando a diferentes segmentos o que a Universidade faz e trazendo suas demandas. “Independentemente de quem esteja na cadeira do governo, a Unicamp tem que dialogar e pautar questões para o legislativo e executivo, além de ganhar mais apoio com os segmentos da sociedade, como ocorreu agora na pandemia”, disse o professor;

– ter um ambiente de trabalho atrativo, com carreiras atrativas. “A Unicamp vive um conflito geracional. Há 50% de docentes com menos de dez anos de casa, situação que é mais intensa na FCA. O desequilíbrio acontece também entre os funcionários.” A questão financeira atravessa os três pontos de forma transversal, completou Sergio.

A professora Eliana Amaral falou sobre a integração das missões entre as pessoas. “Cada docente é parte de uma coletividade. Portanto é necessária uma alta capacidade de gestão e construção coletiva.” Ao mesmo tempo, os candidatos lembraram que ter estruturas de apoio aos docentes é o que diferencia as universidades hoje no mundo.

Uma das preocupações apresentadas pela equipe diz respeito ao distanciamento não apenas físico dos demais campi em relação ao de Barão Geraldo, em Campinas. Para Sergio, há três frentes para esta integração: acadêmica, administrativa (sistemas, processos e mecanismos que precisam ser de Uma Só Unicamp) e política (maior participação na administração central e nas instâncias decisórias).

Na visão crítica do grupo, apesar de ter um enorme corpo capacitado a Universidade falha na coordenação. Eliana também entende que, apesar de muitos avanços com a criação recente da controladoria e em outras áreas da administração, ainda há muita centralização.

Um problema crônico foi levantado no debate: a falta de infraestrutura na área de esportes. “Não tem solução mágica e imediata, mas o assunto será prioridade da gestão. Será necessário buscar recursos complementares além de usar recursos da Universidade para isso. Temos acompanhado o orçamento que em 2021 será da ordem de R$ 12 bilhões, com apenas R$ 20 milhões para obras em andamento e R$ 5 milhões para novas obras. Há recursos que podem ser explorados, como projetos com o Ministério Público de recursos advindos de TACs (Termo de Ajustamento de Conduta).”

Para Sergio e Eliana é importante destacar que é necessário modernizar a gestão, e ter uma universidade mais leve e mais eficaz para que as pessoas consigam fazer as atividades de forma mais rápida e eficaz. Os candidatos, por fim, falaram que enxergam na FCA um importante papel de liderança: é a maior unidade e possui uma organização inovadora em relação às demais, especialmente com relação ao seu projeto pedagógico interdisciplinar.

Com relação a este assunto, Eliana afirmou que os princípios da interdisciplinaridade e de ensino mais ativo estão colocados para todos os níveis de ensino da Unicamp (ensino médio técnico, graduação e pós-graduação). “A Unicamp é muito moderna em alguns aspectos, mas em outros não. A integração das engenharias de Limeira com empresas é um exemplo para todos. Também no âmbito da ‘curricularização’ da extensão, Limeira é exemplo. Portanto, trata-se de ‘limeirizar’ Barão em alguns aspectos. Para aprimorar, vamos aproximar de outras instituições que usam modelos alternativos de ensino. Ver como melhorar o que temos.” 

Na opinião dos funcionários, a última progressão criou muito desconforto nas unidades. Os candidatos concordam que agora é hora de aprimorar. “Experiência de 2019 trouxe aprendizados e aspectos negativos, há grupos de trabalho pensando em como aprimorar. Na nossa opinião, tem que haver um só processo de avaliação, mas como fazer a progressão horizontal dada a complexidade da carreira Paepe? Há represamento na progressão tanto de funcionários quanto de pesquisadores e docentes. Já fizemos a conta e é possível zerar o represamento, entretanto, não dá para prever quando isso poderá ser feito. Ainda assim, o aprimoramento da carreira Paepe é prioridade, assim como a alocação de recursos para a progressão.”

FEF

Na reunião com a FEF, nesta quinta-feira (10/12), também foram discutidos muitos assuntos. A defasagem no quadro de funcionários da FEF e a falta de reposição por aposentadoria foram apontados como questões graves na faculdade. O problema se repete em diversas unidades.

Reunião na FEF nesta quinta-feira (10/12)

Uma das particularidades da FEF é a questão dos recursos para cuidados de áreas de infraestrutura de uso comunitário, como quadras, bosque, campos de jogos e pista de corrida. Sobre a infraestrutura, a equipe propôs conversarmos sobre a acessibilidade local. Também foi debatido sobre o congelamento de contratações de docentes com processos já em finalização, gerando muito problema e devolução de documentação aos candidatos.

O ambiente de trabalho foi um assunto delicado, especialmente ocasionado por dualidades políticas. O incômodo causado por isso foi consenso. Outro ponto importante também discutido foi a questão do processo do corte dos 30% das gratificações, que afetou muita gente na FEF, gerando descontentamento. A iniciativa dos professores de se colocarem abertos para a escuta e o diálogo foi elogiada.

FE

Na reunião com a Faculdade de Educação (FE), nesta quinta-feira (10/12), 35 pessoas participaram, entre os quais sete eram estudantes. Os candidatos Sergio e Eliana foram questionados a respeito da continuidade da atual gestão. Sergio esclareceu que não faz parte da atual gestão, apesar de tê-la apoiado e ter sempre dialogado com o reitor Marcelo Knobel, além disso nunca deixou de manifestar tanto as concordâncias quanto as discordâncias.

“O que deve ser mantido e ampliado é a capacidade de escutar e de colocar as questões em discussão, porque isso abre espaço para manifestações e para a diversidade. A inclusão e a diversidade, inclusive, foram aspectos positivos que avançaram na Unicamp nos últimos anos, com a Diretoria de Direitos Humanos, por exemplo. Avanços que não vão retroceder.”

Sergio apontou que uma das coisas que precisa mudar é a comunicação interna. “Muitos dos assuntos que acabaram sendo conflituosos poderiam ser menos conflituosos. É preciso promover o diálogo e colocar os temas nos lugares certos nos momentos certos. Dá para fazer de forma menos conflituosa, de forma que o processo decisório seja mais amadurecido e que se possa discutir mais temas estratégicos. O ambiente de trabalho fica melhor.” Eliana lembrou dos conflitos gerados entre grupos geracionais com relação às carreiras e progressões.

Inovações pedagógicas e tecnologias digitais também foram temas da conversa na FE. Sergio acredita que a pandemia forçou o debate sobre estas questões, mas os impactos e consequências precisam ser estudados. De acordo com Eliana, houve muito investimento em formação docente e educação continuada. “A pandemia nos obrigou a passar pela experiência do ensino remoto. Agora precisa organizar de uma outra maneira, não deve ser obrigatório, mas precisa fomentar a atração pela incorporação destas metodologias centradas no estudante.”

Questionados sobre serviço terceirizado, precarização do trabalho e privatização, Sergio e Eliana foram enfáticos na defesa da universidade pública e gratuita de excelência. Sobre a terceirização, Sergio lembrou que houve uma onda no setor público que encontrou este caminho da contratação de terceirizados, mas com o tempo houve mudança dos órgãos de controle que exigiram novos tipos de contratação. “Algumas ações que a Unicamp tomou foram frutos de ações judiciais. Mas tudo que estiver ao alcance da valorização do trabalho e das carreiras nós iremos fazer.”

A estudante Pâmela perguntou sobre a visão dos candidatos sobre a FE, que na sua opinião pode contribuir em muitos pontos mas não encontra espaço para isso. Ela também questionou sobre a reposição dos professores em vias de se aposentar, que ela vê como um risco de forte impacto na formação e aprendizado dos estudantes.

“Sempre privilegiei o papel da FE no EA2 (Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem), nos cursos e na comissão de licenciaturas”, disse a professora Eliana, pró-reitora de Graduação. “Nossa prioridade na próxima gestão é com pessoas. Em relação aos docentes, há muitos se aposentando devido ao amadurecimento da Unicamp e às ameaças trabalhistas. Não conseguimos repor imediatamente, mas é possível planejar para quatro anos a reposição nos lugares que mais precisam.” Para Sergio, a Faculdade de Educação tem papel muito relevante sobre formação de professores para dentro e para fora da Universidade.

Os critérios de bolsas também foram tema levantado por estudantes, além dos aspectos psicológicos e de moradia. Os estudantes reivindicaram mais voz na Universidade. A professora Eliana respondeu que a pandemia provocou um aumento nas necessidades estudantis e que há grupos de trabalho estudando como melhor utilizar os recursos disponíveis.

“A permanência não pode ficar restrita ao componente financeiro. Há vários componentes, inclusive culturais, e há os impactos na transição para o ensino superior, com as dificuldades pedagógicas. Acreditamos que pode ser criado um ambiente mais empático, mais acolhedor e menos criador de pressão. A Unicamp oferece apoio psicológico e psiquiátrico há 30 anos, serviço que não é oferecido por outras universidades. O que devemos pensar também é em não desencadear o sofrimento psicológico”, disse Eliana.

As finanças, o embate com o governo do estado, a luta contra o PL 529 e a busca de alianças na Alesp entraram em discussão. Segundo Sergio, a Unicamp está há sete anos usando recursos da reserva para pagar as contas. “Tem sido feito um esforço doloroso. O orçamento do ano que vem não é tão ruim quanto se imaginava em julho, a perspectiva é melhor, mas não é folgada. A mobilização deste ano foi fundamental contra o PL 529 que levaria R$ 50 milhões. Depois ocorreu o mesmo com a Fapesp. Um dos 12 itens do nosso programa é fortalecer a relação com o estado. Num regime democrático precisamos ter canais de comunicação com o governo do estado, seja com Alesp ou seja para prevenir e para pautar políticas públicas. Isso precisa ser feito de forma institucionalizada. A conversa tem que ser permanente, levando o que a Unicamp realiza.”

O professor também respondeu a questionamentos críticos e disse que “o nosso programa é pela universidade pública e gratuita. Nossa posição é clara em relação a isso, mas precisamos nos relacionar com todos os segmentos, sempre privilegiando a autonomia acadêmica, administrativo-financeira e política. Cada um tem seu jeito particular de trabalhar”.

Mais uma vez os erros na progressão dos funcionários foi trazido para a pauta, como aconteceu em outras unidades, gerando muitas queixas, descontentamento e dúvidas. Sergio e Eliana novamente afirmaram que tratar a carreira Paepe é prioridade no programa. “Funcionários ficaram anos sem carreira, chegamos a uma que é imperfeita e precisa de aprimoramento, para que haja perspectiva de progressão. Outro compromisso é que assim que possível, devido à restrição da Lei Complementar 173, nós iremos atrás da jurisprudência para ‘desrepresar’ progressões que ficaram paradas. As demandas são muito diversas nas unidades. Outros pontos que estão no programa são a dedicação de tempo para outras atividades e o protagonismo na proposição de novas políticas dentro da universidade.”

Sergio e Eliana reforçaram em todos os encontros o convite para a participação de todos pelo email contato@sergioeliana21.com.br, além do site (www.sergioeliana21.com.br) e as redes sociais Facebook, Instagram e Linkedin (sergioelianaumasounicamp).

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