Com o objetivo de promover o debate e levantar formas de ações conjuntas para os problemas enfrentados pelas mulheres dentro e fora da Universidade, a professora Eliana Amaral se reuniu nesta quinta-feira (25/02) com mais de 50 funcionárias da Unicamp. Um dos principais pontos discutidos foi a questão da desigualdade de gênero, bem como a importância de se institucionalizar uma política de combate para esta questão.
No dia 18/02, Eliana promoveu o mesmo tipo de encontro com as acadêmicas, quando mais de cem mulheres debateram o assunto. O sucesso da iniciativa estimulou a realização da reunião com funcionárias.
Entre as 54 funcionárias participantes, muitas relataram suas próprias experiências sobre relatos de assédio, diferenças de oportunidades entre mulheres e homens, e o impacto sentido pela pandemia na vida pessoal e profissional, o que fez com que o home office fosse adotado ao mesmo tempo em que os filhos também passaram a ficar em casa, sendo necessário um esforço extra para equilibrar as diversas tarefas domésticas e profissionais.
Além desses temas, algumas participantes lembraram ainda de iniciativas existentes na Universidade que incentivam e propiciam a participação feminina, como o Projeto Meninas Super Cientistas, e o Grupo Elza – Mulheres do IMECC, que tenta promover o interesse de meninas na área de ciências, em especial ciências exatas, além de oferecer suporte a denúncias de assédio e desenvolver outras atividades voltadas para a questão de gênero.
Ficou evidente, entre as falas apresentadas pelas participantes, que esse é um momento propício para a universidade refletir e debater a oportunidade de garantir uma mudança nessa questão de desigualdade de gênero. A base para isso já foi colocada, uma vez que já existe uma política de combate à discrimininação baseada em gênero e sexualidaade, bem como uma estrutura de combate à violência sexual. Agora, faz-se necessário que a próxima gestão dê continuidade e fortaleça essa política, para que as meninas e mulheres “Unicampers” se sintam confortáveis para assumir os lugares que elas estão preparadas para assumir.
Esta é sem dúvida uma grande responsabilidade para a nova gestão, disse a professora Eliana Amaral, que enfatizou que o tema está totalmente alinhado com a lógica que ela vem defendendo de cogestão, em que a construção nas ações é feita com todos caminhando lado a lado. Tanto é assim que, como resultado das duas reuniões realizadas, foram criados os grupos de Mulheres Acadêmicas e Mulheres Funcionárias, para fortalecer a troca de ideias e propostas a serem concretizadas oportunamente. A princípio separados, pretende-se que estes grupos trabalhem juntos.