Debate com vices: a importância de uma gestão compartilhada

A Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) deve “contribuir com a Missão da Unicamp, tratando de ações acadêmicas e administrativas de importância estratégica, para que a administração, as unidades e órgãos cumpram seus objetivos e concretizem a sua visão de futuro, atendendo às expectativas e demandas da sociedade”. Durante o debate realizado nessa quarta-feira (24/2), entre candidatos à função de coordenador geral da CGU (vice-reitoria), a professora Eliana Amaral demonstrou conhecimento sobre processos e demandas, confiança, experiência para lidar com as limitações da gestão pública e sensibilidade às questões que mais afetam a comunidade acadêmica. Sua fala demostrou sinergia para uma gestão compartilhada com o professor Sergio Salles.

O debate foi organizado pelas entidades representativas dos docentes – ADunicamp, técnicos administrativos – STU, estudantes de graduação – DCE e pós-graduação – APG. O evento teve a condução da presidente da ADunicamp, professora Maria Silvia Gatti, e contou com a tradução simultânea para Libras de Jadson Nunes e Mirian Caxilé.

Aproximar CGU da Comunidade Acadêmica

Professora, pesquisadora e médica, Eliana apresentou ideias e proposições para uma CGU mais integrada e acessível às demandas das diferentes unidades, setores e representações. E essa posição se dá justamente da experiência em funções administrativas, tendo identificado, em um conjunto amplo de ações, a necessidade de ampliar e melhorar os fluxos de comunicação, também entre os membros da comunidade Unicamp (interna), quanto com a sociedade em geral (externa). “A CGU ocupa um papel essencial e estratégico de integração na Universidade”, reconheceu.

Critérios de avaliação e comunicação com a sociedade

Com relação aos sistemas de avaliação, tradicionalmente focados no desempenho individual, a professora Eliana destacou a importância de incluir critérios que valorizem a contribuição coletiva, com modelos que abarquem a diversidade das funções e com indicadores quantitativos e qualitativos. Essa evolução vai ao encontro do próprio crescimento de projetos interdisciplinares e transversais, entre setores e departamentos, o que também deve ser considerado em decisões acerca de alocação de recursos, pelas instâncias pertinentes. É preciso acompanhar indicadores e comunicar à sociedade os impactos do trabalho desenvolvido, sejam eles resultados de pesquisa, formação de profissionais qualificados, projetos de extensão universitária e inovação tecnológica e social. O acompanhamento dos egressos e a incorporação de métricas de impacto social são tendências que a Unicamp deve seguir na gestão Sergio e Eliana. “É preciso deixar a Universidade mais permeável e tornar mais evidente o nosso impacto na sociedade”, reforçou.

Carreira PAEPE e a valorização das pessoas

Alguns desafios da carreira no serviço público foram ainda mais ressaltados com a Pandemia e ganham mais relevância com os frequentes ataques sofridos pelas universidades públicas, na visão da professora Eliana. É preciso reconhecer que a excelência da Unicamp se faz pelo conjunto dos seus servidores de todas as categorias e estudantes de todos os níveis educacionais. Por isso, a proposta é avançar na implantação da gestão integrada de pessoas, com programas que estimulem a convivência, promovam um ambiente de trabalho acolhedor e com respeito aos direitos humanos e que valorize a contribuição de todos. Além disso, com a recuperação de parte dos recursos contingenciados do orçamento, o compromisso é buscar a retomada de contratações e progressões, num plano de 4 anos, visando repor perdas essenciais, assim que houver possibilidades legais.

Conselho Curador da Funcamp e financiamento privado

Os cuidados que a gestão deve ter com seus servidores também devem se aplicar na medida do possível, aos funcionários terceirizados, com atenção aos princípios que regem à Universidade em todos os tipos de contratos, convênios e parcerias. Levar essa discussão para o Conselho Curador da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp – Funcamp, é um compromisso da coordenação geral da Unicamp, que o preside. Portanto, a gestão de Sergio e Eliana vai buscar dar diretrizes e estabelecer cláusulas contratuais que assegurem adequação dos contratos e, sempre que possível, das empresas contratadas às boas práticas de conduta frente aos trabalhadores, com respeito aos direitos humanos. Com relação ao financiamento e convênios com empresas, é preciso que seja reforçado que o recurso das universidades públicas, internacionais, inclusive, é majoritariamente público. Apenas 5% dos recursos extra-orçamentários vem de empresas privadas. Mesmo assim, a relação com as mesmas deve ser valorizada por sua contribuição à formação do estudante, além de convênios que têm oferecido bolsas, estágios, treinamentos.

Política de permanência e Moradia

Durante o debate, a professora Eliana também teve a oportunidade de reforçar os avanços já consolidados no que tange à política de ações de apoio aos estudantes, o que inclui bolsas de diferentes modalidades, alimentação, moradia, apoio psicológico e de saúde integral. A mudança no perfil discente, com mais de 50% vindos de escolas públicas, o que é muito desejável, acaba por exigir um incremento desses benefícios. E este apoio deve ser visto como um compromisso com a inclusão de estudantes, tanto de graduação, quanto de pós-graduação. Ainda que o orçamento tenha aumentado todos os anos nos últimos 4 anos, reconheceu a necessidade de que esteja em constante revisão para garantir apoio àqueles que mais precisam. Sobre a Moradia Estudantil, reforça-se que é preciso uma reforma estrutural. A chapa Uma Só Unicamp defende que haja uma equipe de manutenção exclusiva para esse espaço, com promoção de um ambiente acolhedor e seguro. Salientou que nos últimos anos foi realizado um inventário dessas necessidades e solucionada grande parte delas, incluindo um vazamento subterrâneo de água, cuja solução resultou na redução de 90% desse gasto. A proposta é ampliar os espaços coletivos e a oferta de estúdios familiares.

Uma só Unicamp, integrando todos os campi

Durante todo o debate, ficou evidente pelas proposições dos diferentes candidatos que sim, é preciso defender uma só Unicamp. Não queremos uma divisão entre áreas do conhecimento ou entre profissionais. Precisamos respeitar a diversidade e a união de todos os campi institutos e colégios técnicos. Reconhecemos o esforço e temos orgulho da excelência de todas as contribuições. Destacamos o papel desempenhado pela área da saúde, que se acentuou recentemente, com suas especificidades. Reconhecemos que os desafios desta Pandemia afligiram a todos, de maneiras diversas e em diferentes níveis. Fortalecer a comunicação entre os campi é um ponto fundamental nesse momento e no futuro, para termos Uma Só Unicamp. Essa é uma prioridade e um dos 13 eixos transversais de nosso programa de gestão.

Conheça nosso Programa de Gestão e o cronograma de ações para os primeiros 100 dias (pág.6).

Avalie as propostas e sinta-se convidado para dar sugestões.

Pedimos a confiança do seu voto!

Comentários estão fechados.