Questões da saúde e os 100 primeiros dias se destacam nas reuniões com a Enfermagem do Caism e com o IE

Em dois encontros que tivemos na semana passada, diversos temas estiveram igualmente presentes nas pautas de discussão, entre eles carreira e contingenciamento, área de saúde, desburocratização e orçamento. Na reunião com a diretoria da Divisão de Enfermagem (DIVEN) do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM), no dia 12/01, debatemos também sobre reposição de vagas, adequação do quadro de profissionais, sobrecarga de trabalho que pode impactar na qualidade e segurança da assistência prestada, problemas relacionados à Medicina do Trabalho, autonomia universitária e revisão e modernização dos processos de trabalho. A equipe falou ainda sobre a necessidade de um olhar diferenciado para a área da saúde e as questões orçamentárias.

No dia 14/01, na reunião com docentes e servidores do Instituto de Economia (IE), com mais de 30 participantes, além dos quatro temas propostos para discussão que se repetiram, citados acima ( contingenciamento, área de saúde, desburocratização e orçamento), outras questões foram trazidas para o debate, como carreira e promoção, 100 primeiros dias de gestão, comunicação, graduação e qualificação.

Nos dois encontros, Sergio Salles e Eliana Amaral fizeram suas apresentações pessoais e em seguida falaram sobre os Dez Fundamentos para Uma Visão de Futuro (https://bit.ly/397WT3I) que dão base para a construção do Plano de Gestão “Uma Só Unicamp, diversa e atuante”, que está sendo organizado a partir de 13 temas transversais (https://bit.ly/2Y8f1UM).

Carreira

Sobre carreira, Sergio falou que é uma ação prioritária e urgente para ser feita nos 100 primeiros dias de mandato. “A carreira da Universidade criou assimetrias indesejáveis; os incentivos mudaram ao longo do tempo. A atual tem traços de anacronismos. Os critérios e mecanismos de progressão e valorização terão de ser revisados. A Unicamp construiu uma política na qual as Unidades definem seus critérios de progressão. É possível aprimorar esse processo e zerar assimetrias.” O professor destacou que esse aspecto precisa ser recuperado não somente na carreira docente, mas em todas as carreiras existentes na Universidade.

Indicou que, no primeiro momento possível, tendo sustentabilidade (financeira e jurídica), é necessário liberar o represamento. Quanto ao aspecto financeiro, citou os R$ 157 milhões em “recursos condicionados” entre receita e despesa, que podem dar condições de ser previsto nas revisões orçamentárias, para cuidar desse represamento.

No programa, disse Sergio, a atratividade da carreira está sendo tratada também sob a ótica da busca de recursos e da gestão de projetos. Os candidatos também falaram sobre estabelecer um plano plurianual que mostre, a partir das demandas, quanto teremos de progressão, promoção e contratação nos anos 1, 2, 3, 4, fazendo uma convergência e revisões constantes.

Quanto ao RDIDP (Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa ) versus carreira, o professor Sergio colocou que a Universidade precisa ter flexibilidade para lidar com a diversidade. Sobre recursos para pesquisa, indicou o necessário esforço institucional para buscar recursos financeiros externos para viabilizar a pesquisa, nivelando esse aspecto “por cima”.

A professora Eliana falou do envolvimento com a discussão de carreira realizada no âmbito da FCM (Faculdade de Ciências Médicas). Questionada sobre o tema, esclareceu que o mínimo a ser feito é a definição, pelo docente, de uma área de excelência, onde se compromete a uma entrega dessa área de excelência com a Unidade. Colocou que o conceito de produção acadêmica precisa ser mudado, já que a autocensura se dá a partir do que os docentes acham que será julgado no RAD (Relatório de Atividades Docentes).

Instituto de Economia, dia 14/01, com servidores docentes e não-docentes

100 primeiros dias e desburocratização

A respeito dos 100 primeiros dias, faz parte do escopo de prioridades a criação de um modelo de gestão para os macro processos visando a redução do retrabalho e a agilização (transformação digital), visando a facilidade dos processos.

Os pontos prioritários da gestão tomam como base insatisfações que vêm sendo expressas pelos servidores docentes e não docentes sobre planos de carreira, melhoria dos processos e comunicação (em vários sentidos). “A Unicamp segue sendo uma Universidade fechada. Falta uma política de comunicação. Há necessidade de se promover uma comunicação com os diversos segmentos da sociedade.”

A professora Eliana destacou a necessidade de se fazer um diagnóstico, tão logo se assuma a reitoria, para avaliar o que ficou em aberto frente ao Planejamento Estratégico, ou seja, é necessário planilhar o que estamos fazendo em direção ao que estamos propondo fazer. No início de uma gestão há uma fase que ela denominou “desenterrar cadáveres”, ou seja, há problemas antigos para serem solucionados. Quem assume uma gestão gasta um bom tempo para limpar as “heranças”. Como exemplo ela citou a “Política de Permanência Estudantil”, que agora se agrava com o necessário olhar para a pós-graduação, que com a crise econômica vem sofrendo com a redução de bolsas de estudos. Destacou que há novas iniciativas que precisarão ser estruturadas, como a Câmara de Mediação junto à DEDH (Diretoria Executiva de Direitos Humanos).

Será necessário fazer cenários para as possíveis Reformas Tributária e Administrativa. É preciso colocar alguém no 1º dia para pensar nisso, além de questões de Direito dos Servidores Públicos, e nesses aspectos os candidatos chamam a atenção de que o Instituto de Economia, pela sua expertise em termos de estudos nesses temas, poderá contribuir muito.

Graduação

Sobre os desafios do ensino de graduação, a professora Eliana colocou que a experiência de 2020 abriu possibilidade de pensar ensino de forma diferente, com o apoio da tecnologia mas também com a reflexão do papel do docente nesse processo. Destacou que a mudança curricular tem que ser abraçada pelas unidades com essa nova visão.

Orçamento

O professor Sergio falou da necessária busca por recursos complementares, evitando os ataques ao orçamento e à autonomia. Indicou duas preocupações a respeito do orçamento: a iInsuficiência financeira e a área da saúde. “A insuficiência financeira é uma questão delicada, porém precisamos equacionar”, disse o professor, citando a passagem da conta para o SPPREV (São Paulo Previdência) destacando as preocupações e os eventuais aspectos políticos envolvidos.

Saúde

Três aspectos relacionados a essa temática foram levantados pelo professor Sergio: Modelo Jurídico – autarquia ou não; Uso de Fundações (FASCAMP) destacando que teremos um novo hospital e também a questão da Filantropia; Modelo de Gestão Interna (de toda área da saúde) mencionando aspectos como compras centralizadas e outros. Destacou que esses assuntos têm estreita relação com a disponibilidade financeira, sendo preciso sair do atual círculo vicioso.

Qualificação

Sergio se posicionou quanto à necessidade da Administração Central dar as diretrizes no planejamento de qualificação das Unidades. Reforçou que acredita na importância da qualificação e requalificação das pessoas e que essa questão vem no pacote de pontos que precisam ser tratados, inclusive na alocação de recursos financeiros para essa finalidade.

Sugestões

Na reunião com o IE, a comunidade compartilhou algumas ideias e sugestões para a Universidade, entre elas a realização de uma consulta à sociedade para sabermos de fato o que a sociedade acha de nós, levantando as verdadeiras percepção e demanda. Sergio falou de uma pesquisa em andamento e disse que concorda com a importância dessa pesquisa como orientação e aproximação visto que a comunidade se sentiria acolhida e ouvida.

Outras duas sugestões foram apresentadas: a dispensa da entrega de relatório de atividades a partir de determinado tempo de trabalho e idade e a instituição de um Programa de Professor Senior.

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