CPQBA debate falta de profissionais, progressão na carreira e perda de receita

A perda de profissionais, aposentadorias no curto prazo, instabilidade na carreira e a perspectiva de queda na receita por parte da Unicamp foram debatidos pelos profissionais do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) durante encontro com Sergio Salles, candidato a reitor, e Eliana Amaral, candidata a coordenadora geral da Universidade, no último dia 16.

Os participantes apontaram que há dez anos o CPQBA tinha 60 profissionais e que hoje são 45. As perdas foram concentradas em setores específicos, o que agrava a situação e no curto prazo, há a expectativa de aposentadorias, o que deixará a situação ainda pior. Eles ainda relataram a dificuldade de se programarem, já que a cada troca de reitoria muda o sistema de progressão na Carreira PAEPE, que é a passagem do servidor ocupante de função/cargo de provimento efetivo de um nível para o outro imediatamente superior dentro do mesmo segmento. Eles ainda apontaram que o cenário deve ficar ainda mais instável com a expectativa de perda de receita por parte da Universidade.

O CPQBA tem um papel de grande importância, sendo considerado uma referência nacional em pesquisas com produtos naturais (plantas e microrganismos), biotecnologia e meio ambiente. Também se destaca no setor produtivo pela prestação de serviços de alta qualidade e pela realização de pesquisas em parceria com as indústrias e órgãos públicos. Sergio e Eliana concordaram que esses temas são urgentes e importantes e relembraram que a Unicamp usou as reservas durante sete anos, mas conseguiu fechar 2020 com equilíbrio, e que o déficit agora é contábil. De acordo com eles, a forma de voltar a contratar é fazendo um planejamento plurianual, a partir de demandas justificadas das unidades e órgãos e que as prioridades são os investimentos em contratação e progressão, e também a infraestrutura.

Ambos explicaram a insatisfação na carreira, em geral, tem a ver com gestão de pessoas porque a Unicamp não se profissionalizou nesse sentido, já que não existe processo de avaliação pautado no crescimento profissional dos indivíduos. Isso gera insatisfação, associada à questão salarial. Sergio e Eliana disseram que é preciso um plano de capacitação elaborado pelas unidades, centros e núcleos e órgãos para seus profissionais, não só para os gestores. O que tem de ser valorizado é o esforço de crescer e aproveitar as competências que a pessoa tem em projetos específicos.

Sergio e Eliana destacaram que há três propostas de reforma tributária no Congresso que impactam o Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e que há risco de que a possível mudança impacte o orçamento da Universidade, que é financiada com uma cota-parte desse imposto. Eles afirmaram que é preciso desenhar cenários e planejar como agir frente a cada possibilidade de mudança e que a Reitoria precisa colocar gente profissional analisando o tema para não sofrer com a mudança da forma de receita e financiamento.

Com relação às contratações, os candidatos apontaram que a LEI 173, que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus bloqueia a maior parte dos concursos, mas é possível fazer algumas contratações mais urgentes de forma bem pensada e justificada. Um compromisso de campanha é a oferta de cursos de extensão pelos centros e núcleos, bem como a inclusão da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen) no Conselho Universitário (Consu).

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