Na FEA, o debate tratou sobre alongamento da carreira que contemple diversidade, flexibilidade e mobilidade

Reunindo cerca de 20 servidores docentes e não-docentes da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), no dia 20/01, conversamos sobre carreira docente, ponto eletrônico, parceria com indústria, planejamento estratégico, revisão de processos, mídias digitais, entre outros assuntos importantes.

Carreira

Sobre carreira, o professor Sergio Salles falou que a falta de uma carreira efetiva, sem promoção e progressão, gera estresse e falta de perspectiva. A proposta da chapa Uma Só Unicamp é desenvolver, pensar em um alongamento da carreira nos níveis iniciais que dê conta da diversidade que temos na carreira dos funcionários, ou seja, abranger de forma mais adequada essa diversidade, com a adequada visão de como os servidores podem buscar a promoção e a progressão.

A proposta de gestão é implantar um processo conjunto de progressão vertical e horizontal, e não em separado. Sergio entende ser importante estabelecer um plano plurianual definindo os recursos financeiros para promoção, progressão e contratação.

“É importante discutir qual será o modelo a ser adotado no processo de avaliação. Há discussões que trazem a ideia de uma carreira em ‘Y’, e essa é uma ideia, ou seja, o servidor poderia escolher uma trilha: gerencial ou técnica”, disse o professor. “É necessário eliminar o represamento que aconteceu em decorrência de questões financeiras e da Lei Complementar 173. Isso precisa ser trabalhado sob o aspecto financeiro (previsão/revisão orçamentária) e jurídico.”

A flexibilidade precisa ser colocada para avaliação na revisão orçamentária, tanto para atender às progressões/promoções quanto para contratações. Isso está no programa. Sobre o processo de mobilidade de servidores, Sergio defendeu ações de motivação e valorização. “É importante estabelecer um mecanismo de realocação.” Citou também a possibilidade de atuação em 70/20/10, onde o servidor poderia atuar em projetos vinculados às suas habilidades. Ou seja, o plano de trabalho deve ser revisado.

A professora Eliana Amaral também falou sobre a questão: “Hoje há uma desarticulação, um desalinhamento entre o que o servidor pode contribuir e a posição que ele ocupa. Seria importante mapear as competências para estabelecer equipes de trabalho para trabalhar em projetos específicos, a partir da reunião das habilidades dos servidores, criando uma Assessoria dentro da própria Universidade.”

Ponto eletrônico

O ponto eletrônico não está na proposta de gestão, disse Sergio Salles, reafirmando que prefere que o trabalho seja feito por entrega. O professor coordenou o Grupo de Trabalho que tratou do assunto, cujo relatório final foi apresentado no Consu de agosto de 2019. O assunto foi apresentado para muitas pessoas, e então veio a pandemia e a questão do teletrabalho entrou em pauta.

Quanto ao teletrabalho, ele colocou que a questão tem que ser regulamentada, com regras bem estabelecidas tanto pelo aspecto jurídico quanto pelas relações pessoais e de trabalho. “Esse assunto será (e precisa ser) discutido com o Sindicato.”

Carreira docente

Para Sergio, é fundamental retomar as questões que envolvem a carreira que está anacrônica, porque dá uma perspectiva dúbia.

A professora Eliana entende que o Departamento tem um papel fundamental na organização da carreira dos docentes, partindo de um acordo entre o necessário e as potencialidades do docente. “O docente jovem tem sido muito cobrado e tem que responder à alta expectativa e demandas nele depositadas.” Para ela, a Unicamp e a CIDD (Câmara Interna de Desenvolvimento de Docentes) têm condições de enxergar estas situações. “O olhar tem que ser mais abrangente, compreender que a atividade docente deve se pautar muito mais no qualitativo do que no quantitativo; uma percepção mais holística”, disse Eliana.

Informática e mídias digitais

Sergio disse que consta do programa de gestão a transformação digital, pois aí está um dos pilares da Universidade, já que para os docentes, estudantes e funcionários trabalharem, se não tivermos um bom sistema, isso não nos tornará competitivos. “É importante que tenhamos uma base de apoio, sendo fundamental para a competitividade da Universidade. Dois pontos que precisam convergir: Revisão e alinhamento dos processos e de seus fluxos, e regras mais claras – isso resultará numa redução do retrabalho; e governança de TI, com arquiteturas estabelecidas pela Universidade. A Unicamp precisa integrar seus sistemas, se modernizar em termos de TI, que hoje está fragmentada.”

O professor Sergio destacou ser fundamental o investimento em comunicação, sendo um dos temas do programa de gestão. A Unicamp precisa mudar de patamar. Investir em comunicação para públicos segmentados de fora para dentro e de dentro para fora. E concluiu: “Nós temos obrigação de saber comunicar. Quando soubermos fazer isso, vamos diminuir as ameaças à autonomia e outros.”

Relação Universidade X Empresa

Para Sergio Salles, a Unicamp precisa ter contatos e relações estreitadas de forma mais alinhada com as empresas, lembrando da importância de proteger a autonomia acadêmica. Destacou que a Unicamp precisa avançar nesse sentido, ter competitividades e, para tanto, precisa agilizar processos. “Os processos estão mal concebidos. O problema não está nas pessoas, mas nos processos.”

Planejamento estratégico

“Como implementar o Planes?” foi a pergunta que Sergio Salles chamou de “pergunta do milhão”. Ele afirmou que tem algumas “regras de ouro” para isso, e elencou: ser participativo; ter forte envolvimento da Direção; ter mecanismos de revisão periódica (ajustes). A professora Eliana reforçou que é preciso promover reuniões periódicas, que promovem um círculo de retroalimentação, e isso gera uma comunicação direta do que se deve fazer.

Revisão de processos (flexibilidade)

Concordando com as colocações da equipe da FEA, Sergio disse que a flexibilização da pós-graduação pode resultar na atração de mais e melhores alunos. “Pós-graduação é o local onde mais se tem como trabalhar com a flexibilidade. São assuntos que precisamos avançar, estabelecer mecanismos para geri-los”, disse o professor. A professora Eliana acrescentou que estamos amarrados em um pensamento rígido. “O sistema deve ser simples.”

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