Os recursos para a Saúde foram a questão central no encontro com o Gastrocentro

Em uma conversa rápida nesta quarta-feira (13/01) com a equipe do Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo (Gastrocentro) da Unicamp, nós trocamos ideias a respeito da questão central na área da Saúde: os recursos.

Em dezembro de 2020, o Gastrocentro comemorou seus 30 anos de história, marcados pela excelência e grande contribuição à população, ao ensino médico e à ciência. Tornou-se referência internacional na área de diagnóstico, no repasse de tecnologia e na transferência de conhecimento. Mas dentro do contexto que vive hoje toda a área de Saúde, são necessários recursos tanto para o ensino e a formação do médico quanto para os equipamentos e o atendimento à população.

O professor Sergio Salles teve a oportunidade de falar que ele vê a necessidade de profissionalizar a tarefa de buscar recursos, não apenas para a Saúde. “Tem que ser criada uma estrutura profissional para a busca de recursos, como outras universidades fora do Brasil já fazem. Estes recursos podem duplicar e até triplicar”, afirmou Sergio.

Uma das estratégias está em construir uma política institucional de captação de recursos, com a criação de um grant office que pode atrair recursos fora da estrutura pública do estado.

Sergio também defende que haja uma linha direta entre a reitoria e a área de Saúde. “É necessário retomarmos assuntos de sustentabilidade financeira e de desenvolvimento da área da Saúde. No momento há um Grupo de Trabalho (GT) estudando para equacionar a falta de recursos nesta área”, disse o professor, que também propôs a rediscussão do modelo jurídico. “Existem vários outros modelos além de autarquia ou fundação, e todos devem ser considerados para que seja feita a melhor escolha.”

O modelo de governança, em última análise, decorre da mudança do modelo jurídico. “Não podemos descartar também a filantropia. Sei que há problemas de gerenciamento. Não são ideias fáceis de implementar, mas precisamos discutir”, disse Sergio.

Sergio mencionou a política de aquisição de bens de consumo centralizada. “Já existe uma tentativa de implantação e a área da Saúde é o modelo usado atualmente.”

A professora Eliana Amaral lembrou da importância de se criar uma base do que a Unicamp representa para a região. “Há ainda quem não entende o que é a Unicamp.” Nesse sentido, há a ideia de se criar comitês para atuação diária e não apenas esporádica ou por demanda. A ideia de criar uma assessoria parlamentar vai também nesta mesma direção.

A história de 30 anos do Gastrocentro é um exemplo de sucesso de apoio internacional.  Desde 1990, o Centro conta com o apoio da Japan International Cooperation Agency (Jica). A capacitação médica e os equipamentos resultantes desta parceria viabilizaram técnicas pioneiras no Brasil que ajudaram a ampliar a expectativa de vida dos pacientes. 

Uma nova conversa com o Gastrocentro deve acontecer em fevereiro, onde Sergio e Eliana terão nova oportunidade de responder perguntas e ouvir propostas.

Comentários estão fechados.